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quarta-feira, 25 de junho de 2014

29ª ROMARIA de Guadalupe - texto base preparatório


PROVÍNCIA ECLESIÁSTICA DE PELOTAS
TEXTO BASE DAS ROMARIAS DAS 3 DIOCESES(Bagé, Pelotas e Rio Grande) EM 2014.

Lema: “COM MARIA, AFLITOS TE PROCURÁVAMOS!” (cf. Lc 2,41-52).

INTRODUÇÃO
1.       Estamos, mais uma vez, preparando nossas Romarias, que são a maior expressão da devoção mariana na zona sul do Estado. A Arquidiocese de Pelotas e as dioceses de Bagé e Rio Grande, celebram em unidade o grande amor que o nosso povo tem por Maria Santíssima e desejam fazer de suas Romarias um precioso tempo de Evangelização. Este presente Texto Base é um pequeno instrumento de reflexão e de preparação para as nossas Romarias. Estas são celebradas sempre à luz da Palavra de Deus, da realidade eclesial existente, da Campanha da Fraternidade 2014, sobre o tráfico humano,  do Sínodo dos Bispos, que terá como tema a família, e do Estudo do Documento 104, sobre Comunidade de Comunidades: uma nova Paróquia.

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA
2.       A Palavra de Deus é uma luz que ilumina o caminho do povo romeiro. Assim como diversos salmos da Bíblia são dedicados ao caminho do povo romeiro rumo ao Santuário de Jerusalém, as diferentes passagens da Bíblia nos oferecem inspiração e fundamento para os nossos romeiros e romeiras que se dirigirão aos nossos Santuários Marianos para venerar e honrar Nossa Senhora nos seus três títulos: Conquistadora, Fátima e Guadalupe.
3.   Tanto o Antigo quanto o Novo Testamento nos oferecem diversas passagens onde transparece o cuidado de Deus para com o seu povo, cuidado este que se dá de forma concreta nas mais diferentes situações que as pessoas vivem, especialmente no âmbito da convivência familiar. Sonhos, projetos, assim como dores e sofrimentos das pessoas e de suas famílias são assumidos por Deus. A entrada do divino na vida do seu povo e de cada pessoa em particular faz com que essas realidades se tornem realidades sagradas. A vida, portanto, é algo sagrado, é Santuário onde Deus habita e santifica pela ação do seu Espírito Santo.
4.       O Antigo Testamento nos apresenta diferentes realidades onde a presença de Deus santifica situações de dor e de morte. A viúva de Sarepta, que acolhe generosamente o profeta Elias em sua casa (cf.  1Rs 17,17-24) é um exemplo de como Deus se preocupa em oferecer abrigo ao profeta Elias, bem como se encarrega de, por meio do homem de Deus, devolver a vida ao filho dela. A acolhida generosa daquela mulher é recompensada com a ação divina na salvação do menino.
5.       Outra mãe nos é oferecida pela Palavra de Deus: a mãe dos sete filhos martirizados, conforme o livro de Macabeus (2Mc 7). A narrativa apresenta uma espécie de “Ata do Martírio” daquela família. A preocupação da mãe não é pelo bem estar físico dos filhos jovens, mas pela fidelidade destes à Aliança com Deus. A eles são apresentadas propostas tentadoras de uma vida sem problemas, com muitas riquezas e vantagens, se eles abandonassem a sua fé e a Aliança com Deus, aderindo à religião dos conquistadores. O cuidado de Deus se manifesta na força oferecida aos jovens para que enfrentassem as torturas e a morte.
6.       O Novo Testamento nos apresenta diversas situações em que Deus se faz presente nas aflições das pessoas. José, ao tomar conhecimento da gravidez de Maria, fica angustiado por saber que ele não era o pai da criança presente no ventre de sua noiva. Sua preocupação era não ser injusto com Maria e nem provocar sua condenação à morte, por adultério. Diante desse impasse, Deus se apresenta por meio do anjo em sonho e revela a paternidade divina do menino, assim como sua missão (cf. Mt 1,18-25). Todos os cuidados de José pela vida de seu filho adotivo são acompanhados pelo cuidados de Deus, que se manifesta e ajuda com a sua Graça. A vida da família de Nazaré, em sua pobreza e simplicidade, oferece diferentes ocasiões para que os cuidados de Deus apareçam:  na acolhida na estrebaria onde Jesus nasce (cf. Lc 2,1-7),  na ida para o exílio, no Egito (cf. Mt 2,13-15), na perda e reencontro de Jesus no templo, aos doze anos de idade (cf. Lc 2,41-52).
7.       A vida pública de Jesus é uma constante procura do Filho de Deus por aqueles a quem é enviado. Na Sinagoga de Nazaré (cf. Lc 4,18-19), Jesus oferece o seu programa de vida, que é partir em busca das pessoas que se encontram em situação de risco e de dor: os pobres, os contritos de coração, os cativos, os cegos. Nas situações-limite, o Senhor se faz presente, como um Deus que é Pastor, um Deus que é cuidador.  Diversas são as situações narradas nos evangelhos em que o programa de vida de Jesus é colocado por Ele em prática: situações de aflição, como a da mãe cananeia, que estava em busca da libertação de sua filha do mal (cf. Mt 15,21-28), ou da mãe do jovem de Naim, que chorava a morte de seu filho (cf. Lc 7,11-17), ou ainda devolvendo a saúde a leprosos (cf. Lc 17,11-19) e cegos (cf. Lc 18,35-43). Jesus não deixa que situações de dor e de falta de vida prevaleçam, diante do seu poder salvador.
8.       A prisão, paixão e morte de Jesus é a doação máxima que Ele faz de si mesmo pela humanidade. Todas as situações de morte são santificadas por sua morte e todo o universo, na Páscoa, encontra a Vida nova que Ele oferece. Na Cruz, Jesus oferece Sua Mãe Santíssima, que ali estava de pé, como Mãe de João e de toda a humanidade. “Eis aí tua Mãe... Eis aí o teu filho...” (cf. Jo 19,25-27). Ao encontrar-se com os discípulos de Emaús, Jesus oferece sua companhia e alivia sua dor, aquecendo o seu coração com suas palavras e com a partilha do pão (cf. Lc 24,13-35).

FUNDAMENTAÇÃO TEOLÓGICA E PASTORAL
9.       Jesus é o Filho de Deus, o Verbo que se faz carne e que assume a nossa carne, marcada pelas dores e limitações humanas. Ele se deixa encontrar por todos aqueles que aflitos o procuram, oferecendo sempre a Salvação e a vida nas situações em que esta se encontra ameaçada. Maria se torna presença constante nesse processo salvífico e, como Mãe, intercede junto ao Filho, como nas Bodas de Caná, onde diz a Jesus: “Eles não têm mais vinho” e aos serviçais: “Fazei tudo o que Ele vos disser” (cf. Jo 2,1-11). O papel de Maria na história dos cristãos é de especial importância, uma vez que contempla as aflições dos irmãos de seu Filho e não os abandona (cf. LG 62), ajudando-os com sua presença orante e com sua materna intercessão.
10.   Maria possui um lugar especial no coração da Igreja. Seus Santuários espalhados pelo mundo inteiro são essa manifestação do amor filial que a Igreja reserva para com sua Mãe. Quantas multidões atormentadas buscam em peregrinação aos mais diversos santuários marianos do mundo o auxílio materno de Maria! Quantas multidões vão, igualmente, aos santuários para agradecer a preciosa intercessão de Maria na solução de suas dores e enfermidades! Se, no Santuário de Jerusalém, Maria aflita procura o menino Jesus, nos seus santuários ela vê a aflição daqueles que a procuram. Por isso, as Romarias aos Santuários marianos são a expressão de amor de um povo aflito para com sua Mãe, que olha e intercede junto a seu Filho, Jesus. Maria contempla as dores e aflições de seus filhos e filhas explorados, abusados, vítimas da violência e do tráfico, seja de drogas, seja de exploração sexual, seja de escravidão no mundo do trabalho.
11.   A devoção a Maria também deve fazer com que a Igreja, sua filha, esteja atenta a todas essas situações de exploração existente no mundo. Perita em humanidade, deve a Igreja ir às periferias existenciais para oferecer um amor libertador, que resgate a dignidade de cada pessoa humana. Deve a Igreja, com profética vocação, denunciar todas as formas de escravidão moderna e anunciar a beleza da vida humana e da sua dignidade inalienável. Uma devoção mariana que não coloque a Igreja à frente da luta contra tudo o que torna a vida humana indigna não é uma devoção conforme o coração de Deus.
12.   Que nosso amor a Maria nos leve ao encontro das crianças e jovens abusados e prostituídos, marcados pela violência e dependência química, das mulheres que, tiradas de suas famílias, são jogadas no fosso da prostituição e da marginalidade, dos homens e mulheres dependentes químicos, dos migrantes que, longe de sua terra e famílias, são tratados como peças de uma engrenagem que produz a morte para os fracos e a riqueza injusta para uns poucos. O cuidado pela vida deve ser consequência do cuidado amoroso de Deus para conosco e deve ser a nossa resposta de amor a esse Amor de Deus por nós.
13.   As Romarias deste ano devem expressar toda essa realidade de aflição que tantas vezes bate à porta de nossas igrejas. Da mesma forma que Maria aflita procurou Jesus no Templo, que possamos, aflitos, ir ao encontro de todos aqueles que esperam nossa mão estendida. Que possam nos conduzir a ações concretas de anúncio do Reino e de denúncia de tudo aquilo que é sinal de morte em nossa sociedade.
14.   Também é decisivo destacar o papel da família, uma vez que neste ano de 2014 acontecerá em Roma o Sínodo dos Bispos, que terá essa temática. O papel da Sagrada Família de Nazaré é importante como modelo de local privilegiado, onde a vida é respeitada e proclamada, através da presença do Verbo de Deus feito carne. Ele habita no meio de nós (cf. Jo 1,14), em uma família como a nossa, que sofre as aflições comuns a qualquer família, santificando, assim, todas as nossas famílias, por ser solidário a todas as nossas aflições. A Romaria é uma oportunidade única de proclamarmos o valor sagrado da família e de rezar pelas que mais sofrem.

CONCLUSÃO
15.   Esperamos que esta breve reflexão seja um instrumento eficaz na preparação espiritual e pastoral de nossas Romarias, a fim de que elas sejam eficazes na ação missionária e evangelizadora em nossas Igrejas Particulares de Bagé, Pelotas e Rio Grande. Que o “cuidado com a vida” seja a grande temática de nossas Romarias neste ano e, deste modo o papel de nossa Igreja seja o de se espelhar em Maria na procura de Cristo em cada irmão e irmã que precisa. Que a Virgem Conquistadora, de Fátima, de Guadalupe abençoe esse momento tão importante de devoção e de evangelização.
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         ROMARIA DE N. Sra. CONQUISTADORA      28.O9.2O14
         ROMARIA DE N. Sra. DE FÁTIMA      12.1O.2O14
29ª.  ROMARIA DE N. Sra. DE GUADALUPE       19.1O.2O14

sexta-feira, 13 de junho de 2014

Vamos preparar e participar da festa de Corpus Christi


Participe da festa de Corpus Christi neste dia 19 de junho na Catedral Metropolitana, centro de Pelotas.
Confira a programação:
 http://www.arquidiocesedepelotas.org/2014/06/venha-celebrar-corpus-christi.html



Encontro dos animadores de grupos bíblicos .......


Acontece neste domingo da Santíssima Trindade(que é comunhão e amor), dia 15 de junho, das 13h30min. às 17h30min., no Santuário de N. Senhora de Guadalupe - Cascata-Pelotas,  um encontro com os animadores de grupos bíblicos, que virão em caravanas das paróquias da arquidiocese de Pelotas.
 O objetivo deste encontro é conviver, partilhar a caminhada feita pelos grupos, refletir juntos a partir da Palavra de Deus, que é luz para o caminho da vida cristã,  alimentar-reavivar o empenho na missão e celebrar o mistério da fé proclamada.
 O Arcebispo Dom Jacinto Bergmann e a Coordenação Pastoral vão orientar todo o trabalho desta tarde, sob a intercessão materna da Virgem Mãe de Guadalupe.

FESTA DA SANTÍSSIMA TRINDADE


A Trindade em nossa vida
A festa da SS. Trindade, que celebramos neste domingo, é uma oportunidade para refletir sobre nossa vida de batizados. Fomos batizados “no nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, conforme a missão confiada por Jesus aos Apóstolos (Mt 28,20). Será que isso significa algo para nossa vida, modificou algo em nós? Nossa vida de batizados tem algo a ver com as pessoas da Santíssima Trindade?


No Antigo Testamento, Moisés explicou ao povo que Deus é próximo da gente, não inacessível. Fala com seu povo, acompanha-o. Mais: conta com a amizade de seu povo. Não é um Deus indiferente (1ª leitura). E no Novo Testamento, Paulo aponta a presença da Santíssima Trindade de Deus em nossa vida: o Pai coloca em nós o Espírito que nos torna filhos com o Filho (2ª leitura).
Tudo isso nos faz entender melhor o evangelho de hoje, que narra a missão de batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Quem recebe o batismo entra numa relação específica com cada uma das três pessoas da Trindade. Em relação ao Pai, é filho por adoção (o que, na cultura de Jesus, significava muito: pleno direito ao amor e à herança do Pai). Em relação ao Filho, é irmão (participando da mesma vida, do mesmo projeto). E quanto ao Espírito Santo, é dele que recebe inspiração e impulso para viver a vida divina no mundo.
Convém termos consciência disso em nossa vida de batizados. Certamente, Deus é um só. O que o Pai, o Filho e o Espírito Santo significam em nós é uma só e mesma realidade: a presença da vida divina em nós. Mas essa realidade se realiza em relações diversificadas. Uma  comparação talvez ajude a aprender esse mistério: na vida conjugal, mulher e homem são ora parceiros no amor, ora colaboradores no sustento da família ou na educação dos filhos, ora  pessoas autônomas (para irem votar ou atenderem a seus negócios) etc.
Assim podemos assumir e cultivar as diversas atitudes que nos relacionam com a Santíssima Trindade em nossa vida. Atitude de filho adotivo do Pai, cuidando de sua obra, de sua solicitude para com a criação e a humanidade. Atitude de irmão de Jesus, na sintonia e solidariedade, na ternura para  com outros irmãos – e para com Jesus mesmo! Atitude, finalmente, de quem é impulsionado pelo Espírito Santo (e não pelo espírito do mundo, do lucro, da exploração, etc).
A consciência da relação com as três Pessoas divinas torna nossa vida cristã menos abstrata, conferindo-lhe uma configuração mais versátil, mais concreta. Mas essa consciência  não surge espontaneamente. É preciso cultivá-la na contemplação das Três Pessoas divinas.
Do livro “Liturgia Dominical”, de Johan Konings, SJ, Editora Vozes